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Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

30/03/2012
Comunistas recebem medalha da 53ª Legislatura na ALERS
Na esteira das comemorações dos 90 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a Assembléia Legislativa concedeu a medalha da 53ª legislatura 15 personalidades que fizeram e fazem parte dessa caminhada.

A distinção foi entregue a Abílio Nequete (recebida por sua neta Eunice de Nequete), Dyonélio Machado, Lila Ripoll, Bruno Segalla, João Carlos Haas, Cel. Pedro Alvarez, Venina Freitas, José Freitas, Lúcia Stumpf, Juliano Roso, Lauro Hagemann, Danúbio Gonçalves, João Derly, Sandra Padilha, Bruna Rodrigues e Déo Gomes.

Como destacou o presidente do partido no RS e deputado estadual Raul Carrion ao discursar na solenidade, “a história do PCdoB é do passado, do presente e do futuro”. A premiação foi de grande simbolismo por ilustrar que os ideais comunistas vêm de longe e está garantido na condução no futuro. Participaram da cerimônia o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, o presidente do PCdoB-Porto Alegre, Adalberto Frasson, os deputados federais Manuela d’Ávila e Assis Melo, a secretária estadual do Turismo, Abgail Pereira, entre outras lideranças políticas e militância do partido.

Conheça os agraciados da medalha da 53ª legislatura:

1) Abílio de Nequete (in memoriam)
Barbeiro, Abílio de Nequete nasceu em Fiha, no Líbano em 1888. Foi um dos principais dirigentes das grandes greves gerais de 1917 e 1919. Já em 1918, lançou com outros companheiros o Manifesto da “União Maximalista de Porto Alegre”, uma das vertentes originais do PCB (Partido Comunista do Brasil), do qual foi um dos fundadores em 1922. Expulso do PCB ainda na década de 20 por sua confusão ideológica, em 1929 editou o jornal A Tribuna. Nequete veio a falecer em Porto Alegre, em 7 de agosto de 1960.

2) Lila Ripoll (in memoriam)
Lila Ripoll nasceu em Quaraí, em 1905, e faleceu em Porto Alegre, em 1967. Na década de 1930, foi diretora do Departamento Cultural do Sindicato dos Metalúrgicos, onde militou pelo Partido Comunista, além de integrante do gabinete do Secretário da Educação Coelho de Souza. Em 1938, ocorreu a publicação de “De Mãos Postas”, seu primeiro livro de poesia. Entre 1945 e 1955 colaborou na revista literária “A Província de São Pedro” e no jornal A Tribuna, órgão do Partido Comunista. Foi ainda membro do comitê editorial da Revista Horizonte. Foi presa após o golpe militar de 1964, e libertada em seguida por motivo de doença. Sua obra poética inclui os livros “Por quê?” (1947), “Primeiro de Maio” (1954), “O Coração Descoberto” (1961) e “Águas Móveis” (1967), entre outros.

3) Bruno Segalla (in memoriam)
Bruno Segalla nasceu em 7 de outubro de 1922. Casou-se com Almira da Silva aos 27 anos e teve cinco filhos e seis netos. Aos 14 anos, ingressou na Metalúrgica Eberle S.A, na área de gravação. Foi na Eberle que permaneceu até a aposentadoria, e aprendeu tudo sobre gravação e escultura. Em 1955, elegeu-se vereador em Caxias do Sul pelo PSP e também presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Em 1962 foi suplente de Deputado Estadual. Por sua atuação política, foi preso por três vezes. A terceira prisão, em 1975, teve como principal causa sua atuação na reorganização do PCB em Caxias do Sul, tendo sido a detenção mais violenta, tendo a casa invadida e levado encapuzado a algemado para lugar incerto, sendo torturado física e psicologicamente. Defensor incansável da reforma agrária, Segalla costumava dizer orgulhoso que era neto de sem-terra. Costumava brincar que se considerava um comunista, ateu, juventudista,brizolista, materialista e cristão.

4) João Carlos Haas Sobrinho (in memoriam)
Nascido em São Leopoldo, em 1941, João Carlos Haas Sobrinho formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1964, ano em que presidiu a União dos Estudantes de seu estado. Após o golpe militar de 1964, instalou-se no sul do Maranhão, na cidade de Porto Franco, abrindo um consultório para atendimento à população pobre da cidade e a moradores de cidades vizinhas. Com ele, moraram na pequena cidade maranhense outros integrantes do PCdoB, como Maurício Grabois, o líder da futura guerrilha, seu filho André e Gilberto. Em 1969, foi para a região do Araguaia. Integrante da comissão militar, o órgão máximo da guerrilha, morreu em combate com fuzileiros navais em 30 de setembro de 1972. É considerado hoje o “espírito” da Guerrilha do Araguaia.

5) Cel. Pedro Alvarez
Nascido em Santana do Livramento, em 1918, o Coronel de Cavalaria Pedro de Arbues Martins Alvarez, ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre no ano de 1932 e na Escola Militar do Realengo (RJ) em 1938. Engajou-se no “Movimento Militar Nacionalista” e na Campanha “O Petróleo é Nosso”, passando a ser taxado de “comunista” e “subversivo”. Chamado pela população de Santa Maria de “Capitão do Povo! Capitão do Povo!”, foi eleito em 1951 Presidente do Clube Militar, nas eleições desse ano – com o apoio dos comunistas – foi o mais votado para a Câmara Municipal de Santa Maria. Em 1954, já Major, candidatou-se a Deputado Estadual, tendo mais votos que 44 dos deputados eleitos, mas ficando na 1ª suplência. No ano seguinte, com o apoio dos comunistas, foi eleito vereador de Porto Alegre pela legenda do PR. Em 1958, mais uma vez com o apoio dos comunistas, tornou- se Deputado Estadual, sendo o oitavo mais votado entre os 55 eleitos. Com o golpe de 64, foi demitido da Petrobras e excluído do Exército. Teve de exilar-se no Uruguai, onde permaneceu oito meses. Ao retornar, foi preso, torturado e condenado à 14 meses de cárcere. Dois meses depois, teve sua pena anulada pelo Superior Tribunal Militar. Seus direitos só foram reconhecidos com o fim da ditadura militar e a anistia.

6) Danúbio Gonçalves
Danúbio Villamil Gonçalves, trineto de Bento Gonçalves, pintor, gravador, desenhista e professor, nasceu em Bagé, em 1925. Aos três anos de idade, começou a desenhar. Com dez anos de idade mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por 14 anos. Em 1949, percorreu a Europa em viagem de estudos, como bolsista. De volta ao Rio Grande do Sul, fundou em 1951 – com Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti, Carlos Scliar, Vasco Prado, Edgar Koetz – o Clube da Gravura de Bagé e o “Clube Amigos da Gravura” de Porto Alegre, desenvolvendo o que viria a ser denominado como “Realismo Regionalista”.Nos anos 50, produziu uma série de xilogravuras – como Charqueadas (1952) e Mineiros de Butiá (1956) – que faziam um registro histórico e social de seu tempo, expressando com grande dramaticidade as duras condições de vida dos trabalhadores. Comprometido com as causas populares e libertárias, Danúbio Gonçalves tem sido um crítico mordaz da produção artística “pós-moderna”, carente de conteúdo, descartável, inconsistente e alienante.

7) Lauro Hagemann
Lauro Hagemann é natural de Santa Cruz do Sul, tendo nascido em 1930. Iniciou sua carreira de rádio-jornalismo em 1946, em sua cidade natal. Em 1950, veio para Porto Alegre para concluir o 2º grau no Colégio Júlio de Castilhos. Nesse mesmo ano, estreou como locutor do “Repórter Esso”, onde sua voz tornou-se conhecida de todos os gaúchos. Em 1955, já na segunda turma da Faculdade de Jornalismo da UFRGS, foi eleito Presidente da União Estadual de Estudantes. Em 1961, quando do movimento da Legalidade – apresentou- se como voluntário no Palácio Piratini, para atuar na “Rede da Legalidade”. A partir do seu exemplo, dezenas de colegas de outras emissoras também se colocaram à disposição da causa da democracia. Como radialista, líder estudantil, dirigente sindical, vereador por 5 mandatos e deputado por 1 mandato e dirigente comunista, Lauro Hagemann tem uma trajetória que dignifica todos os que lutam por “Um Outro Mundo Possível”.

8) Venina Pureza de Freitas
Filiada no PCdoB em 1961, há mais de 50 anos, participou do movimento em defesa da Legalidade, das Diretas Já, das ações de resistência ao golpe de 1964, foi presa pelo DOPS nas dependências do INCRA, local onde trabalhava. Sofreu perseguição politíca. Juntamente com Jussara Cony e Ana Rocha ( que veio a ser dirigente do partido no Rio de Janeiro) , fundou a União das Mulheres de Porto Alegre. Foi Diretora Técnica do Vida Centro Humanístico, por indicação do partido, atuou na Frente Comunitária do PCdoB. Fez parte da direção municipal do Partido e há mais de 20 anos é diretora do Sindicato dos Servidores Federais (SINDISERF/RS).

9) José Freitas
Filho de agricultores pobres, José Freitas mudou-se para Porto Alegre em 1942, como muitas famílias, para tentar uma vida melhor. Iniciou sua atuação social na JOC (Juventude Operária Católica), entidade da qual chegou a ser presidente nacional. Militou também na AP (Ação Popular), junto com Raul Carrion, entre outros. Foi membro da direção estadual da AP. Há 40 anos é militante do PCdoB. Foi membro do Comitê Central e dirigiu o Comitê Estadual. Mora em Gravataí há mais de 20 anos. Durante a ditadura militar, trabalhou em fábrica metalúrgica, chegou a concorrer em duas ocasiões para a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos em 1982. "Tempos ásperos foram os do período da ditadura, mas se tivesse que repetir, faria tudo de novo."

10) Deo Gomes
Natural de Porto Alegre. Despontou para os ideais ainda quando morava em Lages (SC), em uma vila militar, em 1961. Em 1965 retornou a Porto Alegre, onde participou ativamente do movimento secundarista até o ano de 1967 no Colégio Julio de Castilhos. Em 1969, solidifica a luta quando ingressou no curso de Odontologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os bancos escolares e a militância atuante no movimento estudantil o projetaram para a organicidade da política do PCdoB. Fez parte da direção estadual do partido e da reorganização da legenda em várias cidades do RS. Em 1987, retorna a Caxias do Sul, reassumindo a presidência do partido. Em 1996, tornou-se o vereador mais votado de Caxias do Sul, com 3.142 votos. Em 2000, foi reeleito e ajudou a ampliar a representação do PCdoB, com a eleição de dois vereadores. Em 2004, foi eleito presidente da Câmara de Vereadores e foi candidato a prefeito. Hoje, é secretário de formação do partido, em Caxias do Sul.

11) Juliano Roso
Nascido no município de Nonoai/RS, em 1973, Juliano mudou-se com a família para Passo Fundo no ano de 1984. Iniciou sua militância política no ano de 1989. Nesse mesmo ano iniciou sua militância na União da Juventude Socialista – UJS, organização juvenil, política, ampla e socialista. Na UJS foi membro das direções municipal e estadual. Em 1992, após participar do Movimento Fora Collor ingressa no PCdoB. Desde 1992, Juliano é membro da Direção Municipal do partido. Em 1996 foi candidato a vereador pelo PCdoB tendo sido o mais votado do partido. Em 1999 foi eleito membro titular do Comitê Estadual do PCdoB, do qual faz parte até hoje. Foi candidato a vereador em 2000, pela qual foi eleito o mais votado da coligação. Em 2008, Juliano foi eleito para o terceiro mandato.

12) Lucia Kluck Stumpf
Ingressou no Partido Comunista do Brasil em 1998, aos 17 anos. No mesmo ano, filia-se à União da Juventude Socialista. Formou-se na política participando do movimento estudantil- secundarista e universitário. Foi eleita para compor a direção nacional da UNE pela primeira vez em 2001. É reconduzida à UNE em 2003, quando a nova tarefa a leva a se mudar para São Paulo. Em 2005, assume a condução da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) pela UNE. Em 2007, é eleita presidente da UNE, função que exerce até 2009. Neste mesmo ano, é eleita para o Comitê Central do PCdoB, onde assume a Secretaria Nacional de Movimentos Sociais.

13) Sandra Marisa Allebrandt Padilha
Nasceu em 1967, em Lajeado Bonito, Três Passos, casada com José Altair dos Santos Padilha e mãe de Victoria e Frandisco. Sandra é professora da rede pública municipal de Santa Rosa desde 1986, docente universitária com nove anos de atuação como professora, coordenadora e diretora da APAE de Santa Rosa. Sócia atuante do Sindicato dos Servidores Municipais de Santa Rosa, é filiada ao PCdoB desde 1996. Eleita vice-prefeita de Santa Rosa, em 2008, ao lado de Orlando Desconsi. Candidata a deputada estadual, coordena as políticas para idosos e mulheres de seu município.

14) Bruna Rodrigues
Estudante de 24 anos, mãe de Kamilly aos 16, comprometida com a luta pela garantia dos direitos de sua comunidade e principalmente da juventude, nascida e criada em Porto Alegre no Bairro Santa Teresa, Vila Cruzeiro ou Vila Tronco como também é chamada a região. Em 2006, aproximou-se do PCdoB, após uma visita da Deputada Manuela, filiando-se em 2008. Formada em 2008 pela Themis Jovem Multiplicadora de Cidadania. Foi Presidente Municipal da UJS gestão 2009-2010. Atualmente é dirigente municipal e estadual da entidade. Foi representante da juventude brasileira no 17º Festival Mundial de Juventudes Democráticas na África do Sul. É dirigente Municipal e Estadual do PCdoB. É Vice-Presidente da UAMPA, entidade da qual será presidente em 2013, delegada e conselheira do OP de Porto Alegre. Estudante da UFRGS, inicia no segundo semestre de 2012, o curso de Administração Pública Social.

15) João Derly
Bicampeão Mundial de Judô, nasceu em Porto Alegre, em 1981, passou toda sua infância e juventude no bairro Morro Santana. Em 1988, estudava no Colégio Estadual Rio Branco, quando tiveram início as aulas de judô ministradas pelo professor Kiko. Vítima da asma, iniciou a prática esportiva por recomendação médica. Oriundo de um projeto social passou por dificuldades financeiras e com muita fé, esperança e perseverança foi atrás dos objetivos. Com muito treino, dedicação e disciplina, onde o apoio da família foi indispensável, inicia uma caminhada de vitórias resumida desta forma. Em 2005, com o objetivo de oferecer aulas de judô gratuitas a crianças do ensino público de Porto Alegre, foi criado o Instituto Pódium, que chegou a atender mais de 100 crianças. Hoje algumas crianças seguem as aulas na Sogipa gratuitamente, e as de maiores destaques recebem bolsas do instituto Imagem.