Porto Alegre, sexta-feira, 26 de abril de 2024

   

Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

12/02/2010
Carrion repudia violência contra grevistas em Caxias do Sul
O parlamentar repudiu as prisões feitas sob o pretexto de que estavam obstruindo a via pública.
 

Truculência da ação da Brigada Militar

Na manhã da última sexta-feira(12), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul (RS) e vereador (o mais votado da história de Caxias do Sul), Assis Melo, foi preso durante manifestação de trabalhadores da empresa Randon. Além dele, também foram presos Nercildes do Carmo e Sálvio Fontes, ambos do sindicato. De acordo com trabalhadores que participaram do protesto, a polícia – que usou bombas de gás lacrimogêneo, gás pimenta, e cassetetes – deixou cerca de 20 feridos. Ao todo, havia cerca de 4 mil manifestantes.

“Ao reprimir violentamente os metalúrgicos em greve da empresa Randon, em Caxias do Sul, o governo Yeda mostra, mais uma vez, a sua truculência e a sua incapacidade de conviver com o livre direito de manifestação dos trabalhadores”, disse Carrion.

O parlamentar repudiu as prisões feitas sob o pretexto de que estavam obstruindo a via pública. Carrion pergunta: ‘Porque não agiram da mesma forma quando a própria governadora do Estado obstruiu por mais de 6 meses a rua Duque de Caxias, em frente ao Palácio Piratini, para impedir o direito de manifestação do povo – garantido pela Constituição?”

Audiência pública
Carrion, ainda durante a manhã, manteve contato com a Secretaria da Segurança do Estado, denunciando os acontecimentos e exigindo o respeito aos direitos constitucionais dos manifestantes. Da mesma forma conversou por telefone com o delegado Carlos Alberto Fernandes, que informou que o presidente do Sindicato, Assis Melo, já havia prestado depoimento e que todos seriam liberados, tão logo fizessem o exame de corpo de delito.

Carrion solicitou audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia para discutir o truculência da ação.

Agressões
Os sindicalistas foram soltos no final da manhã após prestarem depoimento. “É um absurdo essa situação. A Brigada Militar estava agindo a serviço da empresa, sem respeitar e dignidade dos trabalhadores e nem mesmo a mim que, como vereador, tenho um cargo legislativo e fui eleito pelo povo”, disse Assis Melo ao Portal Vermelho. Para ele, “é lamentável que uma empresa internacional tenha uma atitude como essas num momento que o país vive um clima de ampla democracia. Eles tratam os trabalhadores como escravos”. Segundo o advogado Eduardo Campos, que acompanhou os depoimentos, Assis foi agredido física e piscologicamente depois de preso e algemado e mantido em uma sala fechada pela Brigada Militar de Caxias do Sul.

Os trabalhadores lutavam por um índice maior na participação nos lucros da empresa Randon Implementos, uma vez que a proposta era de apenas R$ 70,00, valor muito inferior ao dado por outras empresas do mesmo grupo. Em alguns casos, esse benefício chegou a R$4 mil.