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Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

29/09/2009
CPI da Corrupção aprova quatro primeiros nomes para depor
Após quatro sessões sem quorum para deliberar, os membros da base governista voltaram a participar das reuniões da CPI e permitiram a aprovação de dois dos 15 requerimentos que estavam na ordem do dia.
 

Foto Ag. Alers

O primeiro, aprovado em preferência, define os quatro primeiros nomes que devem comparecer para depor nas próximas reuniões. A outra proposição requer ao Estado documentos sobre as pendências do Detran com a empresa Atento Service.

As primeiras testemunhas da CPI são o secretário adjunto de Administração, Genilton Macedo Ribeiro; a delegada de polícia e ex-presidente do Detran, Estella Maris Simon; o auditor fiscal do Estado e também ex-presidente da autarquia, Sérgio Luiz Buchmann; e o atual presidente do órgão, Sergio Fernando Elsenbruch Filomena. Os nomes foram definidos em consenso entre os integrantes da CPI, conforme acordo realizado na última quinta-feira (24).

Carrion revela poder de ex-adjunta
O parlamentar comunista apresentou documento das secretarias de Obras e Extraordinária da Irrigação, referente ao edital para construção das barragens de Taquarembó e Jaguari, assinado por Rosi Bernardes, durante a reunião da CPI da Corrupção nesta segunda-feira ( 28). O requerimento solicitando a convocação de Rosi para depor na CPI foi recusado pelos deputados da base do governo. O relator da CPI, deputado Coffy Rodrigues, chegou a negar que sua ex-adjunta fosse responsável por editais abrindo concorrências públicas.

Para Carrion, o material não deixa dúvidas de que ela tinha poderes não só para subscrever documentos oficiais em nome do seu chefe - na época Coffy Rodrigues, então secretário de Obras - como também promovia alterações em editais para favorecer concorrentes, manipular e direcionar as licitações. Assim como o secretário de Irrigação, Rogério Porto, Rosi Bernardes é indiciada pela Operação Solidária. 

Áudios
No período de assuntos gerais, permaneceram a presidente, os titulares Daniel Bordignon, Gilmar Sossela e Adilson Troca para analisar outras três gravações telefônicas da Operação Rodin, de 2007. Também acompanharam a escuta os suplentes Raul Carrion e Paulo Azeredo, além do deputado Elvino Bohn Gass (PT). Os áudios foram disponibilizados pela juíza Simone Barbisan Fortes à presidente da CPI, deputada Stela Farias.

Na primeira delas, o ex-diretor da CEEE Antonio Dorneu Maciel conversa com homem não identificado, supostamente, segundo o deputado Daniel Bordignon, o ex-diretor do Detran, Flavio Vaz Netto. No diálogo, Maciel diz: “O Carlão tá vindo aqui em casa pegar os documentos do barba vermelha e me perguntou ontem como é que ficou, como é que foi o coisaredo”. O deputado petista Daniel Bordignon interpretou a conversa como indicativos de que “havia dinheiro rolando”.

Em outra gravação, o também ex-diretor do Detran Carlos Ubiratan dos Santos, o “Bira”, fala com o empresário Lair Ferst sobre provável reunião que estaria sendo agendada e Lair Ferst comenta: “Olha aqui. Eu acho que aquela cada lá vai cair, viu? [...] Vai cair. Olho grande entra cisco”.

O último trecho ouvido trata-se de conversa entre Vaz Netto e Maciel, no qual os dois mencionam “precatórias”, “escrituras”, “dia d”, termos interpretados pela oposição como códigos para referir valores. Mais uma vez, os deputados oposicionistas presentes enfatizam a “gravidade da situação” e reforçaram a importância dos depoimentos dos autores das conversas gravadas. “É imperiosa a necessidade de trazermos aqui Vaz Netto, o Bira e o Maciel”, reiterou a presidente Stela Farias.

Próxima reunião
Os membros da CPI voltam a reunir-se quinta-feira (1º), às 18 horas, no Plenarinho. Segundo a presidente da Comissão, a intenção é realizar as duas primeiras oitivas.