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Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

13/08/2009
Aumenta violência contra a mulher no Estado
A cada 35 horas, uma mulher é morta de forma violenta no Estado. Em relação a 2008, os assassinatos de pessoas do sexo feminino cresceram quase 50% na Capital e cerca de 40% no Interior. Em Porto Alegre, que responde a 13% de todos os casos, praticamente metade é morta por maridos, companheiros ou namorados, os chamados crimes passionais.


A outra metade está relacionada a disputas por tráfico de drogas. Como se não bastasse, as mulheres são ainda vítimas de violência sexual que termina em assassinato.

Vítimas desistem das denúncias
Titular da Delegacia da Mulher da Capital, a delegada Nadine Anflor afirma que as mulheres que procuram a polícia só uma vez para denunciar agressões, e acham que assim resolveram o problema, são as que correm mais risco de morrer. Foi o que ocorreu no dia 6 de julho com Catiane da Rosa Corrêa, 29 anos. Em depoimento à polícia, seu ex-companheiro admitiu que a estrangulou e, depois, bateu a cabeça dela contra uma pedra.

– A vítima havia feito um registro de agressão em abril de 2008 e nunca mais procurou a delegacia. Ela recebeu medidas protetivas, mas depois nem foi às audiências no Fórum. Eu e a juíza fizemos o possível – diz Nadine.

Conforme a Delegacia de Homicídios, pelo menos sete mulheres da Capital foram mortas pelos companheiros no primeiro semestre do ano – média superior a uma por mês. Outros oito casos estariam relacionados ao tráfico. Apenas um é um provável latrocínio (matar para roubar).

Influência das drogas
Segundo a delegada Nadine, cerca de 80% dos homens denunciados são viciados em crack ou alcoólatras. Em 2008, a Delegacia da Mulher da Capital registrou 13 mil ocorrências de algum tipo de violência contra a mulher. No primeiro semestre de 2009, foram cerca de 7 mil. Para apurar estas ocorrências todas, o órgão conta com uma delegada e quatro investigadores.

No Estado, existem outras dez delegacias de proteção à mulher. As últimas duas foram inauguradas no mês passado em Erechim e em Canoas.

Os números
Mulheres mortas de forma violenta no Rio Grande do Sul:
 Capital
- 2º semestre/2008 – 11
- 1º semestre/2009 – 16 (*)
- Aumento – 45,45%
Estado
- 2º semestre/2008 – 89
- 1º semestre/2009 – 122 (*)
- Aumento – 37,07%
- (*) dados até junho

Fonte: Secretaria de Segurança Pública

Para denunciar
Delegacia para a Mulher: (51) 3288-2173, 3288-2171 e 3288-2449

Força feminina no tráfico
À medida em que ganham espaço nas quadrilhas, as mulheres ficam mais perto de serem mortas por bandos rivais. A análise é do titular da Delegacia de Homicídios, Bolívar Llantada, que investiga todos os assassinatos (exceto latrocínios) que ocorrem na Capital.

A mulher deixou de ser exceção no meio do crime – afirma.

Com informações: Diário Gaúcho