Porto Alegre, quinta-feira, 28 de março de 2024

   

Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

15/07/2009
50 anos da Revolução Cubana são lembrados em homenagem no parlamento gaúcho
Os 50 anos da Revolução Cubana e os 25 anos da Associação Cultural José Martí (ACJM-RS) foram lembrados pelo deputado Raul Carrion (PCdoB), nesta quarta-feira (15), no período do Grande Expediente.
 

Cônsul geral de Cuba recebeu homenagem de deputados

A“O povo cubano sofreu uma série de governos submissos que transformaram aquele país em uma neo-colônia dos Estados Unidos, cujas empresas se adonaram da maioria das terras e riquezas”, lembrou o parlamentar.

Em seu discurso, o comunista disse que, passado o período de maior tensão bélica e de permanentemente acossado por atos terroristas e de sabotagem americana, Cuba conseguiu dar um salto na construção de uma sociedade mais justa, com índices inigualáveis em várias sociais.

Em 1961, erradicou o analfabetismo que atingia 24% da  população e a educação passou a ser gratuita. No Ensino Fundamental há um professor para cada 20 alunos e 96% deles estudam em tempo integral. Em 2005, o acesso ao ensino superior se universalizou, com 3.150 sedes universitárias, 122 mil professores e 510 mil matrículas. Hoje, de cada 100 cubanos 7,5 tem formação superior e a escolaridade média é de 9,5 anos.

Carrion pediu fim do embargo econômico contra Cuba

Na área da saúde, a prioridade é para a prevenção e cada 160 pessoas tem um médico a sua disposição. A mortalidade infantil, que vitimava 60 crianças em cada mil nascidas vivas, caiu para 5,4. A mortalidade materna também despencou de 125 para 3,2 e a expectativa de vida saltou de 62 anos para 77 anos. Além disso, Cuba criou um Pólo de Biotecnologia, formado por 15 centros de investigação, com mais de 2,4 mil cientistas que produzem biofármacos, vacinas e medicamentos genéricos avançados.
 
Na questão econômica, após de 30 anos de crescimento sustentável que permitiram a erradicação da miséria, Cuba viveu a mais profunda crise de sua história, em conseqüência do desmoronamento do bloco soviético, com o qual mantinha mais de 80% de suas relações comerciais e financeiras.

Para enfrentar essa situação, em 1990 o país adotou um programa emergencial para o chamado “período especial em tempo de paz”, buscando novos parceiros internacionais, explorando seu potencial turístico em parceria com capitais estrangeiros, principalmente espanhóis, canadenses e japoneses, e flexibilizando a abertura de pequenos negócios por conta própria.
 
A partir de 1995, a economia retomou o seu crescimento com uma taxa média de 4,8% entre 1995 e 2000 e de 7,1% entre 2000 e 2005. Isso se refletiu de imediato nos salários, que cresceram mais de 40% em valores reais entre 2000 e 2005, e na diminuição da taxa de desemprego, que caiu de 6,3% para 1,9%, no mesmo período. Essa recuperação econômica se manteve em 2006 e 2007, com taxas anuais de crescimento próximas a 11%.

Carrion encerrou a homenagem com um pensamento de José Martí: “No mundo deve haver certa quantidade de dignidade, como deve haver certa quantidade de luz. Quando há muitos homens sem dignidade, há sempre outros que têm em si mesmo a dignidade de muitos homens. Esses são os que se revoltam com força terrível contra os que roubam dos povos a sua liberdade, que é o mesmo que roubar dos homens a sua dignidade. Nesses homens vão milhares de homens, vai um povo inteiro, vai a dignidade humana.”

Em aparte manifestram-se os deputados Adroaldo Loureiro (PDT), Alceu Moreira (PMDB), Daniel Bordignon (PT) e Miki Breier (PSB). Também participaram da homenagem a ex-deputada estadual Jussara Cony (PCdoB); o cônsul-geral de Cuba em São Paulo, embaixador Carlos Trejo Sosa; o presidente da Associação Cultural José Martí, Ricardo Haesbaert; o chefe de Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio Grande do Sul, embaixador Cláudio Lyra; a vereadora de Porto Alegre, Fernanda Melchionna. 

Com informações da
Agência ALERS