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Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

08/07/2009
Enem valerá como 10ª prova no vestibular da UFRGS

Se aprovada em reunião prevista para o dia 22 deste mês, a proposta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para o uso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai garantir liberdade ao estudante de prestar ou não o novo exame. Aqueles que optarem pela prova, e tiverem bom desempenho, aumentarão a média, mas os demais não serão prejudicados.


Para incluir o exame no seu vestibular, a UFRGS vai primeiro calcular a média alcançada no Enem entre os candidatos que, no momento da inscrição na universidade, decidiram utilizar o exame. Definido o desempenho médio, todos os que ficarem acima dele contarão com a ajuda do Enem, como mais uma prova. Os demais não serão prejudicados, pois o cálculo da média harmônica continuará sobre as nove provas. A proposta já foi aprovada na Câmara de Graduação e está no plenário do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).

– Ao prestar o exame e decidir utilizar a nota na UFRGS, o estudante poderá ter a certeza de que só terá benefício. Se a nota ficar abaixo da média, ela não será computada – explica o reitor Carlos Alexandre Netto.

Conforme o reitor, o impacto do Enem na universidade será de acordo com a nota do aluno e do curso pretendido. Ele destaca que a nota poderá decidir a classificação, sobretudo entre os últimos colocados. Por isso, incentiva:

– Se eu fosse candidato, faria o Enem.

Construída desde maio na universidade, com a participação de representantes dos setores envolvidos no concurso, a proposta de adesão ao Enem da UFRGS é inédita. Ela passou também por um seminário aberto, em junho, que envolveu toda a comunidade acadêmica. Conforme a reitoria, a adesão segue a lógica do vestibular da instituição, um dos melhores do país.

– A proposta mantém a essência do vestibular da universidade e contribui para a melhoria do Ensino Médio, que é a proposta do Enem – avalia o reitor.

Exame mobiliza estudantes em Porto Alegre

A proposta da UFRGS pode chegar como um presente para milhares de estudantes que estão mobilizados em um abaixo-assinado. Desde março, quando o Ministério da Educação anunciou a seleção unificada, um movimento foi deflagrado no Estado contra uma adesão ao Enem que interferisse no vestibular da universidade.

Em salas de cursinhos e de escolas do Ensino Médio, as assinaturas se multiplicaram e movimentam a internet, em comunidades e blogs. Um protesto estava previsto para amanhã em frente à reitoria.

– Não somos contra o Enem, mas a implantação integral ou parcial que nos obrigue a usar a nota. O vestibular da UFRGS todo mundo já conhece e não tivemos tempo de nos preparar para o Enem. Não é justo ser obrigatório – disse a estudante Juliani Reis, 23 anos, na terça-feira, antes de conhecer a proposta da universidade.

Primeira opção é a mais importante

Para distribuir as vagas, o sistema vai funcionar como um vestibular tradicional e a ordem de escolha do curso contará mais do que a nota. Primeiro, serão chamados os melhores colocados entre os que escolheram o curso em primeira opção. Os que ficarem abaixo do ponto de corte e os que escolheram a graduação como segunda, terceira, quarta e quinta alternativa também terão chance, mas de acordo com uma eventual sobra de vagas. A primeira etapa de classificação prevê cinco chamamentos.

Fonte: zerohora.com