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   Porto Alegre, quarta-feira, 8 de maio de 2024

   
Você é de esquerda ou de direita?

Raul K. M. Carrion

  Em tempos em que os termos “esquerda” e “direita” são usados sem qualquer critério por ignorantes e farsantes – como o “padre impostor’ (Kelmon), cabo eleitoral e coadjuvante do “genocida” – é importante esclarecer o significado desses dois termos.

     Eles surgiram durante a revolução francesa, em 1789, quando os representantes da nobreza e do Antigo Regime no parlamento – os defensores da monarquia, do absolutismo e da continuidade dos seus privilégios – sentavam-se à direita da presidência da Assembleia.

     Já os revolucionários – que defendiam a República, a reforma agrária, o fim dos privilégios da aristocracia e da Igreja e representavam a burguesia, os camponeses e os “sans-culottes” (trabalhadores pobres) – sentavam-se à esquerda.

     Como explicava o Barão de Gauville: "Nós começamos a reconhecer uns aos outros: aqueles que eram leais à religião e ao rei (imperador) ficaram sentados à direita, de modo a evitar os gritos, os juramentos e indecências que tinham rédea livre no lado oposto."

     Assim, a “direita” nasceu defendendo o antigo regime feudal, a monarquia e os privilégios de nascimento. Desde o início ela foi “conservadora” (daí a variante “conservadores”), no sentido de manter as estruturas sociais caducas, até então vigentes.

     Já a “esquerda”, nasceu defendendo o fim da servidão feudal, a república, a democracia, o fim dos privilégios de nascimento e a igualdade entre os cidadãos. Nasceu “revolucionária”, no sentido de lutar pela transformação das estruturas sociais vigentes e pela construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária, onde todos tivessem iguais oportunidades de desenvolver-se.

     Segundo o renomado pensador Norberto Bobbio, o critério fundamental para distinguir a esquerda da direita é a diferença de atitude dos homens face ao ideal de igualdade.

     Com a consolidação do capitalismo – que traiu os ideais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” da Revolução Francesa – os termos “direita” e “esquerda” ganharam um significado mais amplo, passando a distinguir aqueles que defendem a exploração e a opressão “trabalhadores” pelos “donos do capital”, daqueles que lutam por uma nova sociedade, sem exploradores e opressores.

     Hoje, a direita inclui os “conservadores”, “reacionários”, “neoliberais”, “monarquistas”, “teocratas”, “neofascistas” e “neonazistas”. Já a esquerda é composta por “progressistas”, “ambientalistas”, “sociais-democratas”, “socialistas” e “comunistas”.

     A “direita” olha para o passado com nostalgia, quer fazer a roda da história girar para trás, defende os privilégios e o “status quo”, justifica as profundas desigualdades sociais por uma pretensa “superioridade” racial ou de nascimento e defende a submissão do mais fraco ao mais forte como uma lei da natureza.

     A “esquerda” olha para o futuro com esperança, empurra a roda da história para adiante, luta para acabar com quaisquer privilégios, trabalha por transformações sociais profundas que superem as atuais injustiças e exclusões E defende uma sociedade mais fraterna e solidaria!

     Você é de “direita” ou de “esquerda”?